quarta-feira, 18 de novembro de 2015

5:32 PM


Não concordei com isso, não aceitei esse destino. E dois corações batem descompassados, um deles é assassino, um deles foi treinado para isso, ambos se sentem perdidos. Teu uniforme é vermelho tal como meu cabelo, mas eles não se encostam, não como antes. Meu negro corpete não parece mais com a noite, manchado de decisões incompreensíveis para ti, manchado de vidas que perdi. Num ballet sombrio nos movemos, dois corpos graciosos que não se esbarram, se dividem na negritude e se esquivam eternamente.
Antigamente éramos um sonho distinto, um flerte contínuo de mentes quebradas, a vida não foi gentil com nenhum de nós, nossos toques queimam o vento que nos segura no chão, duas pessoas que tiveram que mudar-se para tentar pertencer a um mundo não nosso. Nos observam, se divertem, pois sofremos mais que aqueles que estão a sangrar no campo de batalha. Sorriem e comentam sobre o casal que se devastou por culpa de opiniões alheias. E te observo, enquanto foge de mim fugindo de ti, só para notar que somos dois corações feitos somente para quebrar.